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Salve o Corinthians… e o Santos, São Paulo, Vasco, Botafogo, Flamengo, Palmeiras…

Salve o Corinthians… e o Santos, São Paulo, Vasco, Botafogo, Flamengo, Palmeiras…

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No itinerário que eu e o Dr. Cavaco fazemos pelo Hospital do ICR, temos a possibilidade de encontrar, reencontrar e re-reencontrar algumas crianças devido ao tempo de tratamento delas. Encontros que possuem sua dicotomia: rápidos, porém potentes e duradouros.

A hemodiálise é um desses locais. As crianças estão sempre lá, geralmente são as mesmas, o que causa uma aproximação e intimidade muito maior. Tanto com elas quanto com mães – em sua maioria- ou pais que as acompanham.

É o que acontece com Raí, um adolescente cadeirante que tá sempre por lá com suas inseparáveis camisas do Corinthians.

Eu, como corintiano fanático, não pude deixar de tocar no assunto ao vê-lo pela primeira vez:

“Olá, eu sou o Dr. Phystollynha, e você?”

“Prazer, Raí”.

Eu tomei um susto no momento em que ele me falou seu nome.

Para aqueles e aquelas que não conhecem muito bem a arte do futebol, eu explico o porquê do susto: Raí foi um grande craque da década de 90 do time do São Paulo.

Apesar de também ser irmão do Sócrates, um grande ídolo do Corinthians na década de 90 (para mim, o Sócrates é o maior de todos).

De pronto, perguntei àquele adolescente:

“Como assim, Raí? Com a camisa do Corinthians?”

“Pois é…”

A partir daí, nossos encontros sempre se davam com a temática do futebol.

E os debates aconteciam praticamente em uma “mesa redonda”, onde participavam sempre uma médica, super entendedora de “esquemas táticos”, e as mães de duas crianças, que estavam sempre por ali junto com os seus filhos.

Com os jogos de meio de semana acontecendo geralmente às quartas, os encontros de quinta sempre rendiam boas análises da rodada.

Dr. Cavaco, como nada sabe da arte do futebol, ficava de “escanteio”, praticamente no “banco de reservas” esperando ser chamado em campo. Mas só dava “bola fora” quando era convocado para a conversa.

Eu e Raí aproveitávamos para bagunçar o Dr. Cavaco, já que bagunçar torcedores de outros times estava difícil, já que o Corinthians não passava por uma boa fase.

Depois de meses de debate sobre futebol, com o Dr. Cavaco sempre “deslocado para a lateral”, aconteceu um encontro em que eu estava sentado em uma cadeira ao lado de Raí, “debatendo a rodada”.

O Dr. Cavaco, a fim de ser “escalado” para aquela conversa de alto nível futebolístico, começa a querer tocar o hino do Corinthians em seu cavaco.

“Quando surge o alviverde imponente…”.

“Dr. Cavaco, esse é do Palmeiras”, responde Raí prontamente e pacientemente.

– “Salve o tricolor paulista…”, começa a entoar Dr. Cavaco.

“Esse é do São Paulo”, respondeu Raí, já começando a esgotar sua paciência.

“Uma vez Flamengo, sempre Flamengo…”, Dr. Cavaco faz as cordas do seu cavaco vibrarem, cantando a plenos pulmões.

“Para! Me empresta aqui”.

Nesse momento, Raí vira para mim e pede que eu emprestasse meu pandeiro para ele, já sem paciência

Imediatamente dou um banho de álcool em gel no meu pandeiro e o entrego para Raí, que começa a tocar o instrumento magistralmente cantando o hino do Corinthians.

“Salve o Corinthians, o campeão dos campeões…”

Todos ficaram pasmos com a habilidade de Raí no pandeiro. O Dr. Cavaco começou a acompanhá-lo e eu a cantar e a dançar o hino desse glorioso time do nosso esporte bretão.

Ao terminarmos, as palmas foram inevitáveis. Todos impressionados com a grande descoberta da habilidade de Raí com o pandeiro.

Caro leitor e cara leitora, ele realmente tinha muita qualidade no pandeiro. Fiquei até com medo de nunca mais “ser convocado” para “entrar em campo” com esse instrumento.

Mas o Dr. Cavaco começou a dedilhar um samba em seu cavaco, momento em que Raí não deixou passar barato. Toca de partido-alto a pagode, de samba a axé.

Aquele corredor virou um grande baile: mães, médicas, e crianças levantam de suas cadeiras e começam a dançar.

Heitor Penteado, uma das crianças que lá estava, começa a rebolar como nunca vimos em nossas visitas e convida L. com um olhar – uma paciente de cerca de cinco anos – a seguir com ele nesse baile dançante. Ela de pronto responde, levantando-se e chacoalhando-se toda. O repertório foi vasto!

Após eu estar morto de tanto dançar, Dr. Cavaco tenta arrancar meu jaleco, “pedindo minha substituição” – já que a partir de agora ele tinha uma dupla que realmente sabia tocar pandeiro e, até que enfim, se sentia “incluído no jogo”.

Desde então nossos encontros têm sido um grande samba pelos corredores da Hemodiálise. Com Dr. Cavaco no cavaquinho e Raí, o corintiano, no pandeiro. E eu? Pra “escanteio”!

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