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O que fazer no hospital? Mesa discute diferentes experiências

O que fazer no hospital? Mesa discute diferentes experiências

Por admin

2 minutos de leitura

O dia amanheceu frio e chuvoso em São Paulo, mas os grupos que vieram ao Encontro Nacional de Palhaços deixaram a preguiça de lado para refletir e trocar suas experiências.

A mesa “Diferentes práticas – O que fazer no hospital” abriu uma discussão sobre formação e estratégias para atuar junto a diferentes públicos nos hospitais. Pessoas de diversos grupos fizeram parte da plenária e compartilharam seu modo de trabalho.

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Alexandre Penha trouxe a prática do Terapia da Alegria (Curitiba, Paraná), grupo voluntário que atua em todas as alas de cinco hospitais. Atualmente o grupo está se profissionalizando e vem oferecendo formação a estudantes de áreas da saúde em todo o país. O grupo também faz visitas pontuais a hospitais psiquiátricos e hospitais com crianças com problemas de motricidade – e tem experimentado ir além destas fronteiras, já tendo atuado em regiões de consumo de drogas e em um prostíbulo.

Alexandre também levou o Terapia da Alegria ao Haiti, onde há muitas crianças órfãs; ao Vale dos Incas, no Peru, a Burkina Fasso, no deserto da África, e a áreas de refugiados sírios. “Temos experimentado o palhaço e ele realmente pode entrar em outros lugares. O trabalho do hospital pode se refletir em outros lugares”, comentou Alexandre.

A mesa seguiu com Débora Kikuti, coordenadora do curso de contadores de histórias do MadAlegria (projeto de extensão da USP). Ela falou sobre a potência que as histórias têm em nos trazer bem estar e a importância de estar preparado, de investir em um repertório, afinal são muitas visitas a pacientes, e às vezes as pessoas passam um tempo longo no hospital.

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É muito bacana quando entramos em um quarto só com o jaleco e não carregamos nada, nenhum adereço ou figurino. Eles ficam tentando entender se somos palhaços ou contadores de histórias”, contou Débora. Ela finalizou a mesa contando uma história que fez todos a aplaudirem de pé.

A experiência do palhaço com adultos foi compartilhada por Fabiana Leitão, do grupo Doutores Palhaços, de São Paulo. “Percebemos que alguns palhaços tratavam os adultos como crianças, e isso trazia uma rejeição ao trabalho”, disse ela, que é historiadora e fez um resgate da história do palhaço para os grupos. “Na Renascença, o palhaço fazia brincadeiras com conteúdo sexual ou fazia críticas ao governo da época. Era um palhaço que tinha adultos como público”, continuou.

Fabiana abordou a formação que ela traz para os integrantes do Doutores Palhaços: “Temos formação continuada e encontros mensais. As pessoas vão se formando e entendendo o palhaço durante as visitas”.

O próximo a partilhar com os grupos foi Olivier Terreault, do Teatro do Sopro (Rio de Janeiro) e do Jovia (Canadá). Ele abordou a metodologia do “empatilhaço”, empatia através do palhaço, uma técnica que utiliza há mais de 15 anos na área da saúde.

Olivier também falou sobre o arquétipo do palhaço que trabalha em suas formações. “Temos uma sombra do que queremos esconder e uma sombra do que queremos pretender. A máscara e a fantasia do palhaço revelam ou escondem o artista?”, questionou ele.

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A partir da experiência com idosos, ele trouxe dados de pesquisas que indicam que, em 50 anos, haverá mais idosos do que crianças no Brasil. Isso exigiria uma readequação do nosso sistema de saúde, desde os ambientes hospitalares até a formação dos profissionais, incluindo o palhaço. No dia 13, Olivier oferece uma oficina sobre o “empatilhaço” para os grupos participantes do Encontro Nacional.

Mauro Fantini seguiu a discussão. Ele é coordenador do Narizes de Plantão, grupo inserido no Centro Universitário São Camilo e formado por estudantes da área da saúde. Ele seguiu a discussão contando uma história por trás da visita ao hospital – uma história de fracasso, como ele chamou.

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“O hospital nos recebeu muito bem, mas houve problemas com alguns profissionais de saúde. Depois de um tempo, fomos suspensos. Isso poderia não ter acontecido se várias camadas do hospital soubessem o papel do grupo antes”, contou ele.

Mauro ressaltou a importância de alinhar expectativas com o hospital. Pode ser que o hospital queira bondade, caridade, doação, entretenimento, show; e o grupo trabalhe para levar arte, trabalhar a humanização, a relação com os estudantes da área da saúde. “É preciso sempre discutir a relação com o hospital”, finalizou.

Irene Sexer e Silvina Sznajder, do grupo argentino Alegria Intensiva, recentemente estiveram na sede do Doutores da Alegria e puderam entender a realidade do trabalho no país.

Na mesa, elas apresentaram o seu trabalho e comentaram a promulgação da lei que recentemente instituiu a presença obrigatória de palhaços atuando nas pediatrias da Argentina. A lei determina que hospitais públicos da província de Buenos Aires serão obrigados a ter artistas especializados na arte do palhaço para a reabilitação de pacientes. 

A mesa finalizou com uma intervenção surpresa de Marcia Strazzacappa, professora da Unicamp e mestre em Educação e Dança. Ela surgiu como uma faxineira que retrata a figura dos profissionais de saúde de um outro ângulo. Depois, ela sentou à mesa para responder a questões dos grupos.

Gosto muito de pensar no estado de arte, mais do que arte como uma linguagem. E nesse estado, não lugar, a gente alcança a subjetividade, e gosto de trabalhar no hospital com essa perspectiva. Não acho que a arte está a serviço de nada, acho que acontece e provoca reflexões, emoções e outros olhares”, disse ela.

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LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS – LGPD

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cultura e da saúde e inspirando políticas públicas universais e democráticas para o desenvolvimento social sustentável”


II –
Esta política de privacidade, foi elaborada nos termos da Lei no 13.709, de 14 de agosto de 2018 e tem por objetivo a proteção dos dados pessoais que são coletados e gerados quando você se relaciona de alguma forma com a associação DOUTORES DA ALEGRIA. Além disso, explica como seus dados pessoais são usados, compartilhados e protegidos, quais opções você tem em relação aos seus dados
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Armazenamento: Ação ou resultado de manter ou conservar em repositório um dado;

Arquivamento: Ato ou efeito de manter registrado um dado embora já tenha perdido a validade ou esgotado a sua vigência;

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Coleta: Recolhimento de dados com finalidade específica;

Controle: Ação ou poder de regular, determinar ou monitorar as ações sobre o dado;

Difusão: Ato ou efeito de divulgação, propagação, multiplicação dos dados;

Distribuição: Ato ou efeito de dispor de dados de acordo com algum critério estabelecido;

Eliminação: Ato ou efeito de excluir ou destruir dado do repositório;

Extração: Ato de copiar ou retirar dados do repositório em que se encontrava;

Processamento: Ato ou efeito de processar dados visando organizá-los para
obtenção de um resultado determinado;

Produção: Criação de bens e de serviços a partir do tratamento de dados;

Recepção: Ato de receber os dados ao final da transmissão;

Reprodução: Cópia de dado preexistente obtido por meio de qualquer processo;

Transferência: Mudança de dados de uma área de armazenamento para outra, ou
para terceiro;

Transmissão: Movimentação de dados entre dois pontos por meio de dispositivos
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Utilização: Ato ou efeito do aproveitamento dos dados.

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mediante a publicação do mesmo no site da organização.

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Esta Política de Privacidade foi baseada na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, Lei no 13.709/2018 e orientações do Guia de Boas Práticas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais realizado pelo Governo Federal.

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