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Humanização: também se fala aqui

Humanização: também se fala aqui

Por admin

2 minutos de leitura

Aqui nos Doutores da Alegria palhaçada também é coisa séria. Por trás de todas as ações que são feitas nos hospitais, existe um trabalho de bastidores que inclui muita pesquisa, formação e gestão para garantir a qualidade do que é entregue lá na ponta. 

Em novembro a organização do evento ONG BRASIL 2013 nos convidou para participar de uma mesa de bate-papo sobre o cenário da humanização da saúde no país. A palavra humanização é recente em nossas políticas públicas e é super importante que ela seja discutida e que suas práticas sejam aprimoradas. Quando pisamos no hospital pela primeira vez, nem sonhávamos que o que estávamos fazendo ali pudesse ser chamado de humanização.

Raul Figueiredo, que é ator, palhaço e tutor do Palhaços em Rede representou Doutores da Alegria no bate-papo, junto a Valdir Cimino, diretor-presidente e fundador da Associação Viva e Deixe Viver, e Suzel Figueiredo, presidente da Ideafix Pesquisa Corporativa Ltda. Ele conta pra gente como foi:

Eu, Valdir e Suzel conversamos por vinte minutos para que pudéssemos traçar uma narrativa que construísse, embasasse e fomentasse uma boa discussão sobre a importância do compromisso na atuação em hospitais, na área da saúde, principalmente para as pessoas que fazem trabalho voluntário ou profissional nos hospitais.

A Suzel é pesquisadora e nos apresentou dados que obteve nas entrevistas realizadas com adolescentes portadores de HIV e câncer e profissionais de saúde que trabalharam com eles em hospitais e casas de apoio. A apresentação nos revelou o abandono com que os eles se veem: os contaminados pelo HIV são mais agressivos, tem menos familiares por perto; enquanto os pacientes oncológicos são mais afetivos, tem mais apoio dos amigos e familiares. Uns enxergam uma possibilidade de viver com a doença e os outros sentem a proximidade da morte. Aids não se pega com um abraço, nem câncer… Mas a falta de informação afasta mais as pessoas dos aidéticos do que dos pacientes com câncer.

Importante ter consciência disso para sabermos como se aproximar e atuar junto a eles. Os voluntários podem criar um vínculo incrível, resgatando valores como a esperança, o amor próprio, o afeto nas relações, desde que os assistam com frequência nas suas visitas e não sejam mais uma quebra, um rompimento no processo de internação, uma perda…

Após a apresentação dela eu contei sobre minha experiência como voluntário, quando adolescente, acompanhando meus pais nas ações que faziam na minha cidade natal e como isso me afetou, motivando para que eu buscasse realizar algo no mesmo sentido, usando minha profissão como um vetor de inclusão social, e como meu encontro com a ONG Doutores da Alegria juntou todas as pontas soltas, montando uma trama perfeita nesse desejo, e me possibilitando ajudar a construir uma rede de cooperação.

Pude falar da nossa missão e função enquanto ONG na orientação e formação de palhaços que queiram ou não atuar em hospitais, expliquei sobre os cursos que nossa Escola oferece, os públicos que procuramos atingir, a democratização do conhecimento, compartilhando com a sociedade nossas descobertas dentro do universo do palhaço e do hospital, e atuando em três áreas fundamentais: Educação, Cultura e Saúde.

Após a apresentação me fizeram três perguntas:

Pergunta feita por uma voluntária:

Existe na Escola dos Doutores da Alegria uma formação de palhaço para adultos, semelhante ao Programa de Formação de Palhaço para Jovens?
Existem os cursos noturnos oferecidos em vários módulos pela Escola, mas importante dizer que nenhum deles se destina a formar palhaços para atuação em hospital, e sim para um maior entendimento da arte do palhaço. Expliquei sobre alguns deles: Palhaço para Curiosos, Jogo e Improviso, Mágica e Improvisação com Objetos.

Pergunta feita pelo Dr. Mauro do grupo Palhaços de Plantão do Centro Universitário São Camilo:

Existem dados, pesquisas, sobre como o profissional de saúde apreende conhecimento após um curso de palhaço?
Dei um depoimento de uma fisioterapeuta do grupo MadAlegria/USP, já formada, que se aproximou dos pacientes e conseguiu criar um vínculo a ponto da família procurá-la para dar continuidade ao tratamento fora do hospital; e falei do caso de uma paciente do Hospital A.C Camargo que reencontrei em uma oficina do Palhaços em Rede em Uberaba para estudantes de Medicina. Ou seja, ela se curou, estava estudando para ser médica e atuar com palhaça e sentia-se completamente “contaminada” pelos Doutores da Alegria. Queria ser uma de nós para cuidar dos outros com o mesmo carinho que se sentiu cuidada.

Pergunta feita por uma ex-integrante do MadAlegria/USP:

Como quebrar com o preconceito que ainda existe com a figura do palhaço dentro do hospital?
Somente com uma boa formação para quebrar com essa visão. Falei da experiência de nossos alunos das turmas 2 e 3 do MadAlegria no COBEN no mês passado, quando viram outros grupos de palhaços atuando sem a menor orientação, entrando e saindo dos quartos sem falar com a enfermagem e sem higienizar as mãos, entrando em cinco em um quarto e assustando as crianças, pedindo para elas não chorarem porque eles eram “legais”. Disse que isso afeta na avaliação de quem os assiste, a falta de bom senso incomoda os bons profissionais. Uma boa formação ajuda nessa aceitação e compreensão do que deva ser proposto quando atuamos em hospitais. Sabendo respeitar seremos respeitados.

Tivemos cerca de noventa pessoas assistindo à mesa. Foi um belo encontro!

E pra você, o que significa humanização?

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Politica de privacidade

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS – LGPD

Considerando que:

I – DOUTORES DA ALEGRIA é uma associação civil sem fins lucrativos, e tem como propósito “intervir na sociedade propondo a arte como ‘mínimo social’ para crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social, privilegiando hospitais públicos e ambientes adversos, tendo a linguagem do palhaço como referência. A partir desta intervenção, ampliar canais de diálogos reflexivos com a sociedade, compartilhando o conhecimento produzido através de formação, pesquisa, publicações e manifestações artísticas, contribuindo para a promoção da
cultura e da saúde e inspirando políticas públicas universais e democráticas para o desenvolvimento social sustentável”


II –
Esta política de privacidade, foi elaborada nos termos da Lei no 13.709, de 14 de agosto de 2018 e tem por objetivo a proteção dos dados pessoais que são coletados e gerados quando você se relaciona de alguma forma com a associação DOUTORES DA ALEGRIA. Além disso, explica como seus dados pessoais são usados, compartilhados e protegidos, quais opções você tem em relação aos seus dados
pessoais e como você pode nos contatar.

1. A quem se aplica?

Se você está lendo este documento, esta política se aplica a você. As orientações
mencionadas se aplicam aos dados coletados de parceiros, doadores, alunos,
prestadores de serviços, associados, fornecedores, sócios da alegria, público em
geral, diretores, conselheiros, consultores, empregados da associação DOUTORES
DA ALEGRIA.

2. Definições e termos:

Alguns termos que irão ajudar você a entender todas as orientações desta política:

Tipos de dados:

Dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;

Dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso,
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou
biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;

Dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado,
considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de
seu tratamento;

Banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou
em vários locais, em suporte eletrônico ou físico;

Titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de
tratamento;

Uso dos dados

Acesso: Ato de ingressar, transitar, conhecer ou consultar a informação, bem como possibilidade de usar os ativos de informação de um órgão ou entidade, observada eventual restrição que se aplique;

Armazenamento: Ação ou resultado de manter ou conservar em repositório um dado;

Arquivamento: Ato ou efeito de manter registrado um dado embora já tenha perdido a validade ou esgotado a sua vigência;

Avaliação: Analisar o dado com o objetivo de produzir informação;

Coleta: Recolhimento de dados com finalidade específica;

Controle: Ação ou poder de regular, determinar ou monitorar as ações sobre o dado;

Difusão: Ato ou efeito de divulgação, propagação, multiplicação dos dados;

Distribuição: Ato ou efeito de dispor de dados de acordo com algum critério estabelecido;

Eliminação: Ato ou efeito de excluir ou destruir dado do repositório;

Extração: Ato de copiar ou retirar dados do repositório em que se encontrava;

Processamento: Ato ou efeito de processar dados visando organizá-los para
obtenção de um resultado determinado;

Produção: Criação de bens e de serviços a partir do tratamento de dados;

Recepção: Ato de receber os dados ao final da transmissão;

Reprodução: Cópia de dado preexistente obtido por meio de qualquer processo;

Transferência: Mudança de dados de uma área de armazenamento para outra, ou
para terceiro;

Transmissão: Movimentação de dados entre dois pontos por meio de dispositivos
elétricos, eletrônicos, telegráficos, telefônicos, radioelétricos, pneumáticos, etc.;

Utilização: Ato ou efeito do aproveitamento dos dados.

3. Princípios Gerais sobre o tratamento de dados pessoais adotados pela associação DOUTORES DA ALEGRIA:

•  Os titulares de dados pessoais sempre serão informados sobre quais dados
serão coletados e sua finalidade;
•  Os dados pessoais serão utilizados somente mediante autorização formal
de seus titulares;
•  Somente serão solicitados os dados pessoais de principal relevância para
o projeto previamente estabelecido e limitados a ele;
•  Os dados pessoais serão mantidos corretos e atualizados pelo período
necessário de acordo com sua finalidade;
•  O banco de dados pessoais será mantido em local protegido e seguindo os
mais rigorosos protocolos de segurança;
•  A identidade dos titulares de dados será preservada, principalmente
tratando-se de dados sensíveis;
•  Os titulares de dados pessoais podem a qualquer momento solicitar a
correção, atualização ou exclusão de seus dados da nossa base.

4. Quem é o responsável pelo tratamento de seus dados?

A associação DOUTORES DA ALEGRIA é a responsável legal pelo armazenamento
e eventual tratamento, bem como pela segurança de todos os dados coletados.

Mesmo em projetos e ações que sejam viabilizados em cooperação ou parceria com outras organizações e empresas, nos quais a responsabilidade pode ser dividida, os princípios gerais desta política são mantidos.

5. Quais dados coletamos e por quais motivos?

Coletamos, processamos e arquivamos as seguintes categorias de Dados Pessoais
sobre você:

6. Como armazenamos e quem tem acesso aos seus dados? Armazenamento

Seus dados pessoais (incluindo dados sensíveis) são armazenados seguindo
as medidas de segurança apropriadas para impedir que suas informações sejam
acessadas ou processadas para fins que não estejam de acordo com nossas práticas de inclusão e diversidade.

Acesso
Os bancos de dados utilizados para armazenamento possuem acesso restrito aos nossas trabalhadores e empregados e /ou parceiros que tenham um motivo legítimo e justificável para acesso e/ou tratamento de seus dados pessoais.

7. Por quanto tempo mantemos seus dados pessoais?

Suas informações pessoais serão mantidas pelo tempo que for necessário para
cumprir as finalidades estabelecidas nesta política de privacidade (a menos que um período de conservação mais longo seja exigido pela lei aplicável).

8. Quais são seus direitos em relação aos dados pessoais?

Quando necessário você receberá um documento de consentimento da associação DOUTORES DA ALEGRIA, se estiver de acordo, deve assinar ou autorizar virtualmente.
Além disso, você tem os seguintes direitos em relação aos seus dados pessoais:

9. Aperfeiçoamento da Política de Provacidade

A associação Doutores da Alegria compromete-se a periodicamente revisar e
aperfeiçoar a presente política, além de dar ampla visibilidade a este documento,
mediante a publicação do mesmo no site da organização.

10.Base legal utilizada

Esta Política de Privacidade foi baseada na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, Lei no 13.709/2018 e orientações do Guia de Boas Práticas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais realizado pelo Governo Federal.

11.Outras Informações

Dúvidas a respeito da aplicação desta Política e da adequação de qualquer conduta relativa a dados pessoais deverão ser enviadas para o e-mail
doutores@doutoresdaalegria.org.br

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