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Marcelo Oliveira
Arte educador, ator, palhaço, diretor e dramaturgo. Atua como Dr. Marmelo na Doutores da Alegria, em Recife, desde 2010.
Comecei a ficar mais atento aos meus sentimentos. Observei que, numa mesma enfermaria, eu passava por vários afetos.
Certa vez, dentro da UTI, eu e Dr. Dud Grud ficamos felizes ao ver as enfermeiras charmosas, com medo ao lembrar que eram casadas e tristes por continuarmos encalhados. Quando saímos da UTI, olhei para o leito que era de um paciente querido e daí bateu a saudade. Mas logo desejei que o ele estivesse bem. Só isso. Isso é amor.
Olha só quantos sentimentos vivenciamos em poucos minutos. Fui afetado e fui afetando! Isso é a gasolina do palhaço, o que faz o palhaço mover. Parece que os adultos acreditam que é perigoso sentir. A criança não tem medo de sentir. Fui tentar entender na prática e na teoria o que significam alguns sentimentos e outras palavras que o tempo todo batem aqui no meu coração.
Busquei entender algumas questões no livro PALAVRA DE CRIANÇA, de Patrícia Gebrim:
É uma coisa que a gente sente quando só quer fazer coisas certas. Não é verdade que a gente fracassa. Às vezes a gente erra, mas aí é que a gente aprende a fazer uma coisa ainda melhor.
É quando a gente sente uma pessoa dentro da gente; aí lembra que gosta dessa pessoa e fica querendo dizer isso pra ela, mas às vezes ela está longe e a gente só pode dizer em pensamento, mas a gente diz, e ela escuta mesmo assim.
É um bicho peludo de cara feia que faz a gente querer fechar os olhos e se esconder, mas quando a gente arrisca e conversa com ele, a gente descobre que a cara dele não é tão feia assim. Converse com seu medo.
É quando a gente pega a doença no colo e pergunta o que ela tem. A gente deixa ela falar e presta muita atenção, e quando ela termina, já não tem mais nada pra curar.
É quando a gente não aceita a gente mesmo e acha que ninguém mais vai aceitar. Se a gente pudesse ser mais carinhoso com a gente mesmo, ia respeitar mais as escolhas que fez, e não ia ter vergonha de ser quem a gente é.
É uma sirene bem barulhenta que a gente tem dentro da gente. Toda vez que nosso coração fica apertado ele grita bem alto, mas ás vezes a gente está distraído e nem ouve, aí ele toca a sirene pra gente saber que ele está precisando de nós.
É que nem um presente embrulhado em um papel colorido. Tem gente que guarda o presente pra abrir depois, mas isso é muito sem graça. Legal mesmo é fazer aquela festa, rasgar o papel e abrir o presente… no presente.
É quando a lagarta já aprendeu tudo sobre a vida das lagartas, aí ela se fecha numa casinha apertada chamada casulo, nascem asinhas nas suas costas e ela vira uma borboleta bem bonita e sai voando por aí, aprendendo um monte de coisas diferentes. Se entrega com confiança às transformações.
É quando a gente descobre que a vida é uma grande brincadeira. Aí a gente sabe que as coisas que acontecem são de mentirinha, que nem nos filmes, então a gente começa a brincar de viver e tudo fica muito mais divertido. Ser menos sério.
É uma pessoa que sabe que não pode curar ninguém. Ela sabe que cada um é seu próprio curador e ajuda você a descobrir isso. O curador é uma pessoa que tem muito amor.
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