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Doutores da Alegria
Julho foi um mês que pareceu muito maior que os outros. Tudo bem, tem mês que tem 30 dias e outros que têm 31. Entretanto, existe uma outra contagem que vai muito mais além dos dias que passam no calendário: a forma como vivemos a vida!
Quando realmente nos envolvemos com o que acontece, principalmente quando é um mês como esse, cheio de acontecimentos, as horas e os minutos parecem que aumentam e o mês vai ganhando outra dimensão. Um exemplo clássico foi o jogo do Brasil com a Alemanha, no qual, em cerca de vinte minutos, recebemos 5 gols da Alemanha. Nem havia acabado o primeiro tempo e já queríamos o fim da partida. Os 90 minutos pareceram uma eternidade.
É! Julho também teve Copa do Mundo e, por conta disso, tivemos aqui no hospital a visita de duas figuras ilustres: Neymar e Dante!
As pessoas também têm: tempo pra arrumar a vida, pra se cuidar, pra conquistar alguém. E nesse tempo-tempo-tempo tivemos que jogar seis tempos, que tempo é igual a mês, para conquistar o L., de mais ou menos quatro anos, paciente do sexto andar.
Chegávamos à enfermaria e ele fica admirando de longe. E nós respeitávamos este limite. Às vezes, quando no aproximávamos “acidentalmente” ele ensaiava um choro. Teve um dia que seu desespero foi tanto que nem conseguimos ficar na enfermaria. Enfrentamos grandes desafios em jogadas quase impossíveis.
É bom quando não temos apenas 90 minutos para atingir metas! E nas prorrogações fomos ganhando espaço. Certo dia, sentimos os ares da mudança. Tocando uma música, percebemos que ele estava gostando pelo balançar de sua cabeça. Devagar, fomos nos aproximando e, finalmente, ele permitiu que chegássemos mais perto dele.
Daí pra frente foi na base da música, que ele estava adorando. Depois passamos a encontrar o L. na sala da hemodiálise, onde ele faz tratamento junto com outras crianças, dentre elas o JR, figurinha carimbada em pregar peças em palhaços e principalmente jogar a peruca do dr. Eu de um lado para o outro. Numa dessas a peruca foi logo cair no colo do L.!
Na hora pensamos que ele iria ter medo, como aconteceu certa vez e, depois daquele acontecido, nosso relacionamento quase voltou pra estaca zero.
O Dr. Eu ficou chorando e pediu de volta o seu precioso cabelo. Ele devolveu e ficou olhando o tonto se recompor. Emocionado pelo seu maduro gesto, o Dr. Eu foi lhe agradecer e, para nossa surpresa, o L. estendeu carinhosamente seus braços pra receber o paspalho num generoso abraço.
Mais que isso: agora ganhamos abraços do L. todos os dias!
Dr. Eu_zébio (Fábio Caio) e Dr. Dud Grud (Eduardo Filho)
Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira – Recife
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