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Luciano Pontes
Ator, palhaço, escritor, ilustrador e contador de histórias. Atua como Dr. Lui na Doutores da Alegria, em Recife, desde 2003.
Todos os seres humanos são formados por células. Todos nós temos em torno de dez trilhões de células e, dentro delas, estão os cromossomos, que carregam toda a nossa informação genética, como cor dos olhos, formato do nariz, altura e muitas outras. Por isso mesmo, resolvi tirar o “R” que só atrapalha a dicção e batizar essa parte quase invisível de comossomos.
Viu só? Dá até um alívio falar assim.
Pois bem, a maioria de nós carrega 46 desses negocinhos. Algumas pessoas têm um up, uma pitada a mais de amor, e chegam à marca de 47 lindos comossomos. Ouvi falar de características que essas pessoas carregam: uma linha contínua nas mãos, olhos puxados, orelhas pequenas e outras marcas que podem dizer que ali tem comossomos além da conta.
Kel estava no Hospital da Restauração desde a nossa primeira visita neste ano. Sempre disponível para a felicidade, com uma comunicação simples, nos diz sempre: “Vamos lá!”. Ao contrário do que diz para a mãe quando reclama com ela, levantando sua pequena mão e sussurrando um “pare!” bem rápido, como um semáforo que pulou a luz amarela.
Também é da natureza dos donos e donas do 47º portador de características a constante novidade. É como se tudo fosse recém-nascido. Portanto, quando nós entrávamos na enfermaria, era sempre uma novidade para nós e para Kel. Sabe, como se a gente tivesse sido parido naquele instante e ela estivesse ali para nos receber. Em seu mundo particular e com um sorriso estampado no rosto.
Kel sentada, deitada ou de pé solta o corpo e se joga e assim, visita após visita, nos encanta com a sinceridade dos seus sinais. Já vimos a Kel de malas prontas para ir embora e já tivemos a honra de vê-la chegando com um vestido estampado de primavera, confiando em nós pra fazer um ultrassom besteirológico maneiro para que ela pudesse balançar seu corpinho.
A imprevisibilidade é da natureza do nosso trabalho, mas quando nos deparamos com esses novos mundos e suas particularidades, a gente vai chegando, desbravando e amando as descobertas. E eu tenho certeza: a Biologia deve ter uma explicação, deve ter algum estudo que mostre a evolução dos comossomos depois de ver e viver com Kel, porque ninguém sai de perto dela do mesmo jeito que chegou.
Luciano Pontes (Dr. Lui) escreve em colaboração com Ana Flávia (Dra. Nana).
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Muito bom,admiro o trabalho de vcs,encantada por mais uma linda ação de acolhimento ao próximo?