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Luciana Pontual
Atriz, palhaça e encenadora. Atua como Dra. Svenza na Doutores da Alegria, em Recife, desde 2005.
Carnaval já passou, eu sei, mas as palavras do poeta Antônio Maria, no Frevo nº 1, molharam nossas bocas num suspiro de gosto doce e suave. Estamos longe dos abraços, longe de quem amamos, longe da festividade e da folia, que era quando o Bloco do Miolinho Mole entrava nos hospitais levando as cores do carnaval.
Como esse ano não teve carnaval (oh, pandemia ingrata, vai embora logo pra gente festejar!), recolhemos o bloco e guardamos no estandarte da esperança a alegria estampada que compartilhamos no nosso trabalho.
Entramos na tela do computador e, assim, abrimos a passarela da imaginação. Faz de conta que estamos juntos. Sim, lá dentro de cada um de nós, basta tocar um trompete ou mesmo bater numa lata que lá está o carnaval.
O poeta segue seus versos: “…de que adianta se o Recife está longe e a saudade é tão grande que eu até me embaraço”.
Pela telinha, o brilho dos olhos das crianças traz as cores das brincadeiras, ao fundo o som de um frevo e, na vontade da diversão, nos vemos em meio à folia.
Um símbolo do carnaval, as máscaras, estas não podiam faltar! A fantasia era imaginar, mesmo que em casa, a alegria, fio condutor dessa festa. De camarote, no sofá, na pipoca, literalmente, vendo Netflix.
O Recife antigo estava triste, a Rua do Bom Jesus iluminando seu piso de pedras vazio. O Marco Zero dormindo. A ponte Duarte tinha um Coelho, mas não tinha o seu Galo. Ele não acordou. As ladeiras de Olinda só pela Misericórdia. Só subia gente para rezar na igreja de São Bento e para pedir a Preto Véio que passe logo essa pandemia, que a gente já tá de agonia.
Depois de comer a tapioca da Sé, como queimar as calorias? Se não tem frevo, ciranda, afoxé e maracatu? Só teve o coco da tapioca. Mas o que não faltou foi o chorinho, descendo ladeira abaixo. Ainda bem que dessa vez não foi o xixi dos foliões. No sonho de um futuro feliz, compus até um frevinho que a gente pode cantar assim:
“Voltei Recife
Foi a saúde que me trouxe pelo braço
Quero ver com urgência seringas na rua passando
Tomar umas e outras
Ser imunizado
Queremos frevo!
Queremos a vacina!
Voltar pro hospital
Crianças na escola, meu povo de pé
Quero sentir a embriaguez do frevo
Que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé”
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