.
Para melhor visualização do site, utilizar navegador Google Chrome.
Doutores da Alegria
Em um artigo da Revista Brasileiros, o médico patologista Paulo Saldiva traçou um histórico de como a figura do médico foi retratada pelo olhar das artes visuais e do cinema.
“Rockwell ou Kildare representavam médicos humanos, desprovidos de ambição, com total comprometimento aos seus pacientes. Segui com o Dr. Frankenstein, de James Whale, que em 1931 retratou o temor do poder da medicina (coincidindo com as primeiras cirurgias torácicas e cardíacas), onde o médico era punido pela sua própria criatura, ao tentar ousar interferir com a vida e a morte.
Nos anos 1970 e 1980, os médicos descem mais um degrau. Ou fazem parte de corporações inescrupulosas que, ao lançar substâncias tóxicas no esgoto, fazem surgir um jacaré gigante a aterrorizar Nova Iorque (imprudência) ou médicos cínicos, como os que Roger Altman descreveu em Mash, incapazes de se compadecer dos pacientes mesmo em meio a uma guerra pavorosa. Terminei finalmente com o Dr. House, exemplo de médico tecnicamente brilhante, mas incapaz de enxergar o doente que sofre e sim valoriza apenas a doença.” (trecho do artigo)
Pois bem: o médico também foi a nossa inspiração quando iniciamos a atuação nos hospitais, em 1991. Os palhaços faziam uma paródia, vestindo-se com um jaleco cheio de cacarecos e distribuindo exames fictícios pelas alas infantis, sempre sob um pseudônimo engraçado – Dr. Zinho, Dr. Ado, Dra Juca Pinduca… Até uma especialidade foi criada: a Besteirologia.
“Entre os profissionais hospitalares, o médico é visto como personagem revestido de muito poder, crítica e racionalidade. Seu poder – consolidado ao longo da história e de difícil revisão – emana justamente das decisões cruciais que toma. O palhaço, por sua vez, é visto como alguém que desafia as evidências dos fatos, a ordem médica instituída e instiga a repensar atitudes”, conta a psicóloga Morgana Masetti no livro “Boas Misturas, A Ética da Alegria no Contexto Hospitalar”.
É fato que a atuação dos palhaços ganhou outros contornos no hospital, indo além da paródia e se moldando à realidade do novo século.
Nas escolas de Medicina, onde Doutores da Alegria também atua formando estudantes para uma nova atitude, é comum o questionamento apresentado pelo próprio Saldiva: os médicos, ao ganharem em ciência, perdem em coração? E também é evidente a busca por uma combinação entre ambos, ou seja, a formação de médicos altamente capacitados e sensíveis à condição humana.
Hoje, 25 anos depois da primeira intervenção de um besteirologista, nos perguntamos se a paródia ainda é válida e que outras ordens instaladas o palhaço pode subverter nos hospitais.
arte besteirologista canal dos Doutores no Youtube choro ciclo de palestras Conta Causos coronavírus Delivery Besteirológico despedida Doutores da Alegria encontro encontro Escola Escola Doutores da Alegria espetáculo histórias de hospital homenagem homenagem hospital live médico música música palhaço palhaço palhaços em rede palhaços em rede pandemia plateias hospitalares Programa de Formação de Palhaço para Jovens quarentena Raul Figueiredo Raul Figueiredo reflexão reflexão relatório Rio de Janeiro saudade saúde saúde teatro teatro visita virtual Wellington Nogueira Wellington Nogueira
Pena que so profissionais possam participar!!!!!!!!!!